Grupos anti-racismo e contra-manifestação já estão nas ruas de Londres
Grupos de extrema-direita e de adeptos de clubes de futebol protagonizaram as primeiras cenas de violência este sábado em Londres, no mesmo dia para o qual estava marcada uma manifestação anti-racista. A polícia tinha imposto uma série de condições para travar os confrontos.
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A Praça do Parlamento foi o local que começou por concentrar os primeiros grupos que se foram juntando na manhã de sábado. Os jornalistas no local descrevem um ambiente de tensão, com grande presença policial, à medida que a multidão ia crescendo. Muitos envergavam uniformes militares e consumiam álcool. Um jornalista da BBC disse ter sido abordado por um grupo que lhe perguntou onde podia comprar cerveja.
A certa altura, começaram a atirar garrafas e até uma granada de gás na direcção da polícia montada a cavalo, que reforçou as suas posições
As autoridades tentam diminuir ao máximo a margem para que sedesenrolem cenas de violência e vandalismo. Na sexta-feira, as estátuas na Praça do Parlamento, incluindo as de Winston Churchill, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela, foram tapadas para impedir a repetição de actos como o do último fim-de-semana em que a estátua do antigo primeiro-ministro britânico foi pintada com graffiti.
Mas a polícia também está preocupada com eventuais confrontos entre grupos rivais. Inicialmente, a manifestação foi convocada por grupos anti-racistas, inspirados pelos protestos nos EUA motivados pelo homicídio de George Floyd, vítima de violência policial. Porém, organizações de extrema-direita também se mobilizaram para este sábado com o objectivo de “proteger” as estátuas no coração da capital. São também esperados grupos de adeptos violentos de vários clubes ingleses com a intenção de se introduzirem nas manifestações.
Por volta das 10 horas, um grupo de cerca de 50 pessoas já se concentrava na Praça do Parlamento. Entre eles estava o líder da organização de extrema-direita Britain First, Paul Golding, segundo o Guardian. Duas horas depois, centenas de manifestantes apoiantes da causa anti-racista começaram a bloquear ruas à volta da praça.
A Polícia Metropolitana estabeleceu rotas específicas para evitar que os grupos anti-racistas e os de extrema-direita se encontrem. O presidente da Câmara londrino, Sadiq Khan, apelou aos apoiantes do movimento Black Lives Matter para se manterem em casa e para que “encontrem uma maneira segura para se fazerem ouvir”, enquanto garantiu que “os londrinos não têm tempo para o ódio” da extrema-direita.
A perspectiva de confrontos levou um grupo anti-racista a cancelar uma das manifestações prevista para Hyde Park, mas mesmo assim a polícia espera milhares nas ruas durante a tarde. A polícia fixou as 17 horas como limite máximo para as manifestações se manterem nas ruas, para evitar a hipótese de se prolongarem noite dentro.
A propagação da covid-19, que no Reino Unido infectou 294 mil pessoas e causou mais de 41 mil mortes, também é uma preocupação das autoridades. O comandante da Polícia Metropolitana, Bas Javid, fez um último apelo para que as pessoas se mantenham em casa. “Se mesmo assim tiverem essa intenção, por favor familiarizem-se com as condições. Por favor mantenham-se seguros ao cumprir as regras do Governo sobre distanciamento social”, afirmou.
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