REINO UNIDO Boris Johnson fala em “abundância de propostas” para o “Brexit”, mas não divulga nenhuma
Primeiro-ministro britânico foi à Irlanda garantir que está empenhado em chegar a acordo com a União Europeia. Esta segunda-feira, volta a pedir ao Parlamento que convoque eleições antecipadas.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, reafirmou esta segunda-feira que tem todas as condições para negociar um acordo de saída da União Europeia até meados de Outubro, e garantiu que há “abundância de propostas” no seu Governo. Numa passagem pela Irlanda, para falar sobre a questão da fronteira na ilha, Johnson ouviu o taoiseach (primeiro-ministro) irlandês, Leo Varadkar, dizer que um acordo sem cláusula de salvaguarda “não é um acordo”.
Em causa está um dos pontos mais sensíveis do acordo negociado pela antiga primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, rejeitado no Parlamento britânico por três vezes.
O objectivo da cláusula de salvaguarda é garantir que a República da Irlanda e a Irlanda do Norte não voltem a ficar separadas por barreiras físicas com a saída do Reino Unido da União Europeia
A fronteira entre os dois países ficou livre dessas barreiras há 20 anos, com a entrada em vigor do Acordo de Sexta-feira Santa – uma alteração que foi vista como fundamental para o sucesso do acordo que pôs fim a três décadas de violência.
Mas o Governo irlandês diz que ainda não viu nenhuma indicação de que Boris Johnson tem uma alternativa à cláusula de salvaguarda, uma acusação feita também pela oposição no Parlamento do Reino Unido.
Para o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, o primeiro-ministro britânico está decidido a provocar um “Brexit” sem acordo no dia 31 de Outubro.
Segundo a oposição, Boris Johnson decidiu suspender o Parlamento por mais de um mês (a partir de terça-feira e até 14 de Outubro) para tirar tempo de trabalho aos deputados. E o facto de não revelar em público as propostas que diz estar a negociar com Bruxelas prova que, na verdade, não está a negociar – uma ideia que tem sido reforçada com as declarações pessimistas dos líderes europeus.
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