Dicionário dos vinhos: entenda e utilize os termos dos especialistas
Padronização da terminologia é fundamental para descrever a bebida. Sommelier de Búzios, RJ, acredita que adjetivos técnicos são importantes. Por Flavio Flarys Do G1 Região dos Lagos
A análise visual, olfativa e gustativa de um vinho parece – e é – muito difícil. Alguns termos utilizados por profissionais e até consumidores mais experientes podem dificultar a compreensão, mas a padronização desta terminologia na análise sensorial é fundamental para descrever a bebida.
“Alguns adjetivos técnicos empregados na degustação são relmente importantes, mas não se deve criar uma onda de chatice. Foi daí que surgiu o termo ‘enochato’, quando se usam vocábulos quando não é necessário”, acredita Danio Braga, chef do restaurante Sollar de Búzios, em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, e presidente da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) do Rio de Janeiro.
Não é necessário tornar-se um ‘enochato’ junto aos amigos mas, nesta matéria, estes termos serão destrinchados para colaborar no entendimento. Acredite: perceber as nuances do vinho aumenta o prazer da degustação. “É importante que as pessoas possuam um conhecimento básico dos termos utilizados no mundo do vinho para que elas saibam a melhor maneira de descrever suas experiências prazerosas e decodifique as sensações visual, olfativa e gustativa com os termos conhecidos neste mundo”, diz Brunno Guedes, sommelier e sócio da loja especializada em vinhos Rótulos & Rolhas, no Rio de Janeiro.
Tente identificar os termos abaixo relacionados na sua taça de vinho, é divertido. Repare que eles estão em ordem alfabética, então, se na própria explicação um termo for definido com outro, procure-o mais à frente!
Ácido – a acidez, normalmente, é detectada nas laterais da língua, estimulando a salivação. Ela é fundamental para manter o equilíbrio no vinho, porém, em demasia, é considerada um defeito.
Alcoólico – este é fácil. Quando se prova um vinho e o álcool sobressai, este é o termo correto a ser usado.

(Foto: Jean Pierre Muller/AFP)
Amadeirado – vinho dominado pela madeira. O forte odor e sabor de carvalho logo aparecem. Pode ser bom ou ruim, pois a madeira deve estar sempre balanceada pela fruta.
Amanteigado – normalmente associado aos vinhos brancos de uvas Chardonnay envelhecido em barris de carvalho, significa que tem odor e sabor de manteiga derretida.
Amargo – normalmente, é um vinho com muitos taninos agressivos, deixando um retrogosto na boca que não agrada.
Aromático – perfumes e frutas logo são sentidos em vinhos com esta característica. Os aromas podem ser divididos em 3 grupos: primários, provenientes da própria uva (ex.: frutas, flores, vegetais e animais), secundários, do processo de vinificação (ex.: madeira e leveduras) e terciários, desenvolvido após engarrafado (ex.: animais, mofo e tartufo).
Austero – grandes vinhos sérios têm esta característica: aromas e sabores pouco frutados, com taninos marcantes e alta acidez, que contribuem para um envelhecimento na garrafa.
Aveludado – vinho que possui uma textura suave e agradável no paladar, com os taninos amaciados.
Buquê – termo que designa as características olfativas derivadas da vinificação, do envelhecimento em barris e garrafas.

(Foto: Divulgação / Adega Durski)
Coloração – das menos intensas às mais pronunciadas, a coloração de um vinho indica muito sobre o líquido que está na taça. As básicas são amarelo, amarelo palha, alaranjado, rubi, púrpura e violeta.
Complexo – é um vinho difícil de avaliar, com nuances de aromas e sabores. Normalmente, são “Reserva” ou “Gran Reserva”, com estágio em barricas de madeira e na própria garrafa antes da comercialização.
Concentrado – a cor do vinho é bem escura, muito presente. Os aromas e sabores são intensos, bem pronunciados.
Corpo – é como o vinho se apresenta na boca. Existem 3 classificações: pouco corpo, médio corpo e encorpado. Nos tintos, o pouco corpo é verificado quando a bebida tende a ser mais translúcida na taça. Já no encorpado, é impossível enxergar através dele.
Curto – vinho mais simples, que não persiste na boca, ou seja, com pouco retrogosto.
Doce – a doçura, normalmente, é detectada na ponta da língua. Trata-se de um vinho com muito açúcar residual não transformado em álcool.
Duro – vinho jovem e marcante, com alta acidez e taninos pronunciados.

elegantes e equilibrados (Foto: Eric Feferberg/AFP)
Elegante – é um vinho de muita qualidade, sutil e equilibrado. Quando nada é demais: não é encorpado demais, nem perfumado demais, nem tânico demais.
Equilibrado – este termo é importantíssimo. Ao indicar que um vinho é equilibrado, o álcool, a acidez, os taninos e a doçura estão em harmonia e não sobressaem um ao outro.
Estruturado – vinhos estruturados são aqueles em que o tanino se sobressai mais, talvez pelo próprio estilo da bebida, ou por serem vinhos novos.
Evoluído – um vinho no ponto, que está maduro e pronto para beber.
Fechado – parecido com a definição de austero, mas fechado é um vinho ainda jovem que ainda não teve tempo de abrir seus aromas e sabores e demonstrar todas as suas qualidades. Ao se perceber esta característica em uma garrafa, é interessante decantar o líquido com um decanter ou até mesmo na própria taça por um certo tempo.
Floral – vinho que tem aroma de flores, como acácia, rosa, violeta e jasmim.
Frutado – vinho que tem aroma de frutas, e são muitas as que se pode perceber. Exemplos: amora, cassis, cereja, morango e ameixa nos tintos e pêssego, damasco, melão, maracujá e abacaxi nos brancos.

difícil (Foto: Flavio Flarys / G1)
Harmonizado – se diz quando um vinho acompanha perfeitamente algum prato, ressaltando suas características e criando um conjunto sensorial de grande prazer.
Herbáceo – é um vinho com sensações vegetais, como grama ou ervas. Termo associado ao frescor e que não desaparece com a maturação. Em alguns casos, pode ser considerado um aspecto negativo.
Leve – vinho descontraído, ligeiro, descompromissado, fácil de beber, que não tem complexidade.
Macio – um vinho delicado, com taninos suaves.
Maduro – o mesmo que evoluído. É um vinho que atingiu seu estágio ideal para o consumo, com a evolução concluída.
Magro – vinho sem graça, aguado e diluído. Sem caráter.

(Foto: Patrick Bernard/AFP)
Mineral – no olfato, corresponde a calcáreo, rocha, terra molhada ou grafite. No palato, tem a ver com frescor, acidez e vivacidade.
Pesado – vinhos muito estruturados, com muitos taninos, embora sem a delicadeza que os duros podem adquirir.
Potente – vinho intenso, com altos níveis de taninos, acidez, corpo e fruta. Mas, mesmo assim, é equilibrado.
Redondo – o mesmo que equilibrado.
Retrogosto – é o gosto que fica na boca após beber o vinho. Pode ser curto ou longo, agradável ou ruim.

(Foto: Divulgação/Caudalie)
Taninos – é um dos componentes mais importantes do vinho tinto. Eles são encontrados nas cascas, sementes e engaços das uvas. A sensação de adstringência e secura na boca são ocasionadas pelos taninos. O perfil tânico de um vinho depende de inúmeros fatores, como variedade da uva, condições de safra e o trabalho do enólogo. É fundamental para a longevidade, a estrutura e a base dos tintos.
Amigos do Comendador Marcio Borlenghi Fasano |
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